terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Equalizando???


Dicas para melhorar seu timbre

Vejo que muita gente tem dificuldade em timbrar a guitarra, principalmente no que diz respeito a equalização do instrumento. Até entendo essa dificuldade, também passei por isso, por um bom tempo briguei com os controles do amplificador, pedaleira, pedais e tudo quanto é controle que molda  nosso timbre nos diversos equipamentos. Algumas vezes cheguei até a afirmar que determinado equipamento era ruim por não chegar num resultado satisfatório.

Pensando nisso resolvi dar algumas dicas que acho fundamentais nessa busca por um bom timbre.

Vamos lá??




01. Cada som tem o seu lugar.

É impressionante como varias pessoas erram na hora de escolher o equipamento pra um determinado trabalho. Cada timbre, cada instrumento, cada pedal de efeito tem seu lugar. Uma vez participei de um projeto onde o baixista trouxe para gravar um baixo vintage semi-acústico lindo com um ótimo som, o problema é que a musica tinha algumas guitarras distorcidas. Depois de gravado quando chegou a hora da mix o baixista ficou encucado, dizendo que não ouvia o baixo direito. Claro!!! É até injustiça um baixo desses brigar por espaço com uma parede de guitarras distorcidas, não to dizendo que não funcione, mas um baixo elétrico encaixaria muito melhor no meio das guitarras. Com um leve overdrive então...

Uma telecaster funciona bem no country por possuir um som estalado e com pouco sustain, as frases rápidas com muitas notas características do estilo vão soar limpas e homogêneas nesse tipo de musica.

Outro Exemplo.

O Tubescreamer é muito famoso pelos seus médios nasais e até entupidos (como muita gente diz). Ele funciona muito bem como booster por acrescentar médios no timbre final e fazer a guitarra saltar na mix, justamente por ressaltar as frequências naturais da guitarra, mas experimente usar um TS9 com drive no talo pra tocar Enter Sandman do Metallica, esses médios não vão combinar com o estilo e vai faltar punch nos riffs em palm mute nas cordas graves.




Nesse vídeo do John Mayer o booster entra em ação na hora do solo  acrescentando médios engordando o som da guitarra. Logo no inicio já dá pra sacar ele ligando o pedal.



02. Aprenda a encaixar a guitarra na mix.

Parece simples, mas muita gente acha que a mix se encaixa na guitarra e não o contrario.

As vezes você esta tocando numa musica congestionada com instrumentos de sopro, cordas, teclados, sinths, percursão e por aí vai... Encaixar a guitarra no meio desse bolo é mais difícil que colocar cueca numa estatua. Você precisa achar um espaço pra sua guitarra no meio do bolo.

Aprenda a dividir o espectro de frequências por oitavas, por exemplo:

Se o baixo já esta preenchendo bem a região grave não brigue com ele, trabalhe numa oitava diferente. O simples fato de você fugir da oitava mais grave já vai trazer a separação necessária sem precisar de equalizações drásticas.

Você decidiu usar uma guitarra clean com chorus nas estrofes mas percebeu que o tecladista esta usando um timbre de piano elétrico do tipo Yamaha DX7 (Muito usado nos anos 80) fuja da oitava dele, se ele esta trabalhando os médios e médios graves vá para os agudos, e vice e versa.




Nesse outro vídeo, guitarra clean com chorus e piano elétrico, o guitarrista evita tocar acordes junto com o teclado e se limita a tocar poucas notas nos buracos deixados pelo teclado, e em oitava diferente também.



Outro recurso que você pode usar é omitir a região grave dos acordes. Pense nas guitarras do Tower of Power, ou do Earth Wind and Fire.

Em um acorde (A7/13)  na quinta casa por exemplo, você não  precisa de todas as notas, você pode omitir as notas das cordas cinco e seis por exemplo pode montar o acorde começando pela quarta corda, pode usar somente terça e sétima se preferir. 


A guitarra é tocada usando mais os médios e agudos omitindo a parte grave, limpando assim o caminho pro baixo e bumbo.



Mas lembre-se, estamos falando de uma situação onde outros instrumentos também estão trabalhando no preenchimento da base, numa musica só com guitarra e voz, ou num trio por exemplo isso pode não funcionar, bom gosto é a chave.


03. Dobras

Quando faço dobras penso de duas formas:

Se quero uma base cheia com a guitarra preenchendo bem o campo estéreo, gravo duas guitarras iguais com a performance o mais parecida possível, na mix coloco uma de cada lado no estéreo. Posso até gravar mais dobras duas ou três de cada lado, só tomo cuidado pra não exagerar no ganho do drive, o simples fato de ter varias guitarras tocando a mesmo coisa com timbres levemente diferentes já te fornece uma parede de guitarras. Mas, isso só funciona em musicas onde a guitarra precisa estar muito presente, num heavy metal por exemplo. Em musicas com muitos teclados e mais instrumentos essas guitarras vão ocupar muito espaço.

A outra abordagem.

Se não tenho muito espaço pra guitarra mas a mix também não tem muitos instrumentos gosto de colocar duas guitarras uma de cada lado mas com timbres diferentes e até tocando coisas diferentes, ou fazendo a dobra com outro instrumento.  Dependendo do caso posso usar até a idéia de pensar por oitavas diferentes aqui.


No riff principal a guitarra dobra com o Banjo, e um completa o timbre do outro. Na parte B da musica entra uma guitarra com drive pra dar mais corpo tocada numa oitava mais grave. Ao invés de sujar muito exagerando no ganho, gosto desse recurso de dobrar em oitavas diferentes pra dar corpo e peso a guitarra base. Essa é uma dica de ouro, mais guitarras com menos ganho som mais encorpado e definido.



04. O silêncio

As vezes o não tocar também é musica.

Você ouve a musica e não consegue achar espaço pra guitarra, o que fazer? Sinceramente? Melhor não tocar!!! Pelo menos não por enquanto. Varias pessoas acham que só porque tem guitarra na musica ela tem que estar presente o tempo todo. As vezes você pode esperar o refrão pra guitarra entrar, pode ser que o tecladista já esteja fazendo um bom trabalho na base, e entrar com a guitarra tocando junto só vai embolar tudo, melhor tirar a mão, e esperar uma melhor hora pra encaixar a guitarra, ou pensar numa outra abordagem que não seja tocar os acordes de base. Nessas horas efeitos especiais podem funcionar muito bem. Uma frase com delay ritmico, uma guitarra pica-pau, algumas frases com Wha Wha, por exemplo podem funcionar muito bem e acrescentar um elemento novo a musica.


Na intro um slide simples, depois na volta da parte A um delay ritmico e a guitarra só volta no refrão. Simplicidade e genialidade.




Conclusão.

Não falei de equalizador por achar que a abordagem certa as vezes funciona melhor. Observando essas dicas se precisar equalizar depois pra encaixar a guitarra na mix você vai faze-lo de forma mais sutil e menos drástico. Lembres-se um bom som já começa na escolha do instrumento certo e na abordagem certa pra musica.

No próximo post, dou outras dicas de como melhorar seu timbre.

Um abraço.


Equalizando parte II





4 comentários:

Guilherme Henrique disse...

Muito bom, parabéns pela matéria! Tanto essa quanto a parte II são ótimas e tem excelentes dicas de como conseguir um bom timbre!

Unknown disse...

Valeu Guilherme, vem outros artigos dessa serie ainda pode acompanhar que tem mais ideias vindo por aí....

Unknown disse...

Douglas, parabéns pelo post, gostaria de saber qual a melhor maneira de posicionar um combo.

Unknown disse...

Tudo bem Gean?

Que bom que gostou, eu to terminando um post sobre esse assunto, vai ser o próximo post

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