quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Overdrive, Distortion ou fuzz??


Overdrives




E ai rapaziada, como andam as coisas?

Alguns compromissos tomaram muito do meu tempo nos últimos meses, por isso não tenho postado com frequência no blog, hora de voltar com as atividades.

Qual desses três pedais comprar??

Essa pergunta assola a cabeça de vários guitarristas na hora de decidir qual efeito, e muitos acabam escolhendo qualquer um e acabam o usando de forma errada, no lugar errado com isso se frustam com o resultado.


O Overdrive




O primeiro timbre que vem a cabeça quando falamos de efeitos de guitarra é a distorção, logo o primeiro pedal que pensamos em comprar acaba sendo um drive.

O que poucos sabem é que cada efeito se encaixa numa situação musical diferente, num contexto diferente. pensando nisso vamos falar das características de cada um e tentar apontar o seu uso mais comum.

O pedal de overdrive, como o famoso Tube Screamer por exemplo, foi criado no intuito de simular a distorção de um amplificador de baixo ganho com bastante volume. (Como existem ótimos textos falando de como o overdrive foi criado na net, não vou me ater nesse assunto aqui)



Como Funciona.


O principio básico do overdrive é o seguinte, quando aumentamos o volume de um amplificador chegamos a um ponto onde o aparelho não consegue mais produzir volume, daí a onda sonora começa ser achatada, criando assim uma distorção do sinal, ou seja, o sinal que sai é diferente do sinal que entra, essa distorção pode ser uma distorção desagradável como no caso de sistemas digitais de gravação, ou muito bem vinda como é o caso de aparelhos analógicos como pré-amplificadores de microfones e alguns consoles de mixagens, e, no nosso caso, amplificadores de guitarra (na maioria das vezes valvulados).



Observe a figura a baixo.




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Figura 01
                                         


Perceba que o que está em azul é a onda sonora sem distorção, conforme ela passa do limite de volume ah um achatamento na sua forma e com isso o sinal é distorcido, perceba também que a onda continua arredondada, apenas foi achatada gerando um leve overdrive essa é a principal diferença entre um overdrive e um distortion.

No distortion a onda é praticamente quadrada  gerando com isso mais compressão, mas, falaremos do distortion depois.
Perceba também que o que não passa do limite de volume não sofre distorção assim o som inicial permanece intacto. 



Agora observe a próxima figura.




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Figura 02



Nesse caso o nosso limite esta estipulado em 0db, ou seja, o que não passou desse limite não foi clipado. Na figura da direita o corte é brusco, chamamos isso de hard Clip.

Esse tipo de clipagem é mais comum em distortions. No overdrive o que acontece é diferente e chamamos de soft Clip ou seja, um corte mais suave, como na figura 01.

Como no overdrive somente os picos de sinal sofrem distorção, esse efeito passa a ser mais dinâmico criando assim um som mais orgânico, com uma leve compressão, que responde mais ao seu jeito de tocar.

Mesmo em um amplificador valvulado, no seu canal limpo e em baixos volumes ainda temos essa leve compressão, por isso os valvulados são tão amados.

Essa dinâmica toda do overdrive faz com que ele seja o efeito preferido dos bluesman.

Como vimos na figura 2 nem todas as notas que você toca vão distorcer mantendo assim a personalidade da guitarra, ou seja, o efeito vai influenciar pouco nas características do instrumento.



Na próxima figura temos:




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Figura 03



 Perceba que temos um espaço (no caso da figura acima entre -20  a +20 db, mais ou menos) esse espaço chamamos de headroom, é a capacidade do aparelho de produzir volume antes de começar a distorcer. Um Fender Twin Reverb por exemplo consegue volumes bem altos antes de começar a distorcer, já em um Bassman o headroom é bem curto e o amp começa a seu overdrive bem mais cedo.

Supondo que estamos tocando em um amp com headroom bem grande como no caso de um Twin Reverb e queremos um overdrive mas não queremos deixar todo mundo surdo aumentando o volume, nesse caso entram em cena os pedais de overdrive.

Tudo que foi dito acima se aplica aos pedais de overdrive a diferença é o jeito que se usa pra distorcer a onda sonora, nos pedais geralmente isso é feitos através de componentes eletrônicos (aqui também não vou entrar nesse assunto por já ter vários textos sobre isso na net), a vantagem é que eu posso controlar mais o meu volume.

Veja bem, são situações distintas, não to dizendo aqui que seja melhor usar pedais ou o drive do amp, são situações diferentes e cada uma vai dar uma textura diferente, um sabor diferente.

Embora na minha opinião tirando poucas exceções, a maioria dos pedais de overdrive geralmente são cópias do Tube Screamer ou de drives da Boss, alguns com modificações nos projetos originais, geralmente melhorias, mas, vale apena testar até encontrar o que mais lhe agrade, pois cada um vai ter uma textura e cor diferente, isso sem contar no casamento com seu equipamento, guitarra, amp, jeito de tocar e etc... Algumas pessoas gostam dos médios do TS, outros preferem o som rasgado dos boss, é questão de gosto mesmo, são muitas opções no mercado, tem pra todo gosto.


Exemplo de uso


No vídeo abaixo temos um bom exemplo do uso de um overdrive. Perceba como o som é bem dinâmico, como as notas não distorcem por igual, como os picos de sinal são comprimidos. Em alguns momentos percebe-se mais distorção em outros parece que a nota não sofreu alteração alguma, mantendo assim a personalidade da guitarra. Outra coisa, como o volume é mais controlável, o simples fato de tocar mais fraco/suave já faz a guitarra ficar atras da voz e quando é preciso mais punch só tocar com mais pressão.

Vale lembrar que nesse tipo de efeito e estilo de tocar a pegada é tudo, principalmente quem usa singles comuns de baixo ganho, pois o sustain é escasso e as notas são magras pela natureza da guitarra.








Conclusão


Bom, como disse acima, o overdrive é mais usado em estilos que pedem mais dinâmica, e essas coisas não são regras mas ajudam na hora de saber se o seu estilo pede um timbre ou outro. Como disse cada timbre se encaixa em um contexto, um pedal muito comprimido e de hard clip vai soar muito agressivo e sem dinâmica num blues do mesmo jeito que um overdrive com seu jeitão mais suave de distorcer não vai ter o punch e compressão que um metal moderno pede.

Abraço espero ter ajudado, até o próximo post.

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