quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Keep it simple

Postagem blog meu timbre
Fechei um trabalho com uma banda de rock e essa semana fizemos um ensaio. O ensaio foi numa cidade vizinha, como não era ensaio geral optei por simplificar as coisas e levar somente o equipamento necessário pra não ter que ficar carregando um monte de coisas. Como o dia foi corrido e tive que sair correndo pra pegar o ônibus acabei esquecendo a bolsa com os pedais, pensei na mesma hora: “Estou ferrado!”

Para minha surpresa em um dos compartimentos do bag da guitarra encontrei um GDI 21 da Behringer, um cabo XLR de microfone e um cabo P10 pra guitarra que deixei ali pra usar numa outra situação (na verdade acabei nem usando). Comprei esse pedal já tem um tempo, justamente pra usar nesse tipo de situação. O pedal é barato, pequeno e fácil de carregar, mas não havia testado direito, colocado o a prova, com uma banda a todo vapor, com um baterista tocando alto. Uma banda de rock seria a prova de fogo. Confesso que fiquei com o pé atrás, não sabia se ele se sairia bem numa situação dessas. E muita gente aqui no Brasil fala muito mal dos equipamentos da Behringer.

Eu teria que me virar somente com o GDI 21 e a guitarra, na verdade pra se tocar rock nem precisa de muita coisa, uma boa pegada e muita atitude já são 70% acredito eu e se o pedal tivesse um bom som já teria resolvido boa parte do problema.

Como é um simulador de amplificadores clássicos e uma direct box liguei direto na mesa de P.A. usando o cabo XLR (O pedal tem uma saída XLR) e comecei a sentir o som. As poucas vezes que usei o pedal foi pensando em um som limpo pra simular um fender Twin, ou um Bassman, mas como eu só tinha esse pedal e como o repertório era composto de rock com algumas coisa puxadas pro punk eu iria precisar de um som um pouco mais sujo. Além da simulação de Fender ele simula um Marshall e um Mesa Boogie. A simulação de Mesa seria muita coisa, não precisava de tanto, optei pela simulação de marshall.

Essa simulação tem um drive bom talvez um pouco aguda, mas soa legal e você consegue sons desde um Plexi mexido até coisas na onda do JCM. Eu gosto de distorção principalmente no rock, mas tudo tem um limite. Pra mim a quantidade ideal de drive é quando a guitarra começa embolar daí volto o controle até limpar um pouco. Se você exagerar nesse controle você perde o foco e sua guitarra soa embolada sem definição e muito comprimida, fica difícil distinguir o som de cada corda no meio de um acorde e ao contrario do que muita gente pensa sua guitarra perde peso.

O controle de drive ficou entre oito e nove horas (referencia ao relógio) ou seja, bem pouquinho, com isso eu já tinha a quantidade de distorção que precisava. O pedal também tem uma chave onde você escolhe entre três tipos de posições de microfone. No centro, fora de centro, e afastado. Em um equipamento desse tipo isso funciona mais como presets de equalização. Posicionar microfones em frente a um amp é bem mais complexo que isso, mas a função funciona bem. Trabalhei com a chave na posição fora de centro.

Centro – Você tem um som mais brilhante com mais presença de agudos.

Fora de centro – Menos agudos e mais presença de médios graves.

Afastado – Menos presença de graves.

Como disse antes posicionar microfone em frente a um falante é mais complexo que isso, mas treinando no pedal da para se ter uma ideia do que acontece quando a gente move um microfone em frete a um falante.

O pedal tem dois controles de equalização ativos. Não gosto muito de trabalhar com esse tipo de equalização na guitarra, qualquer mudança altera muito o volume geral, gosto de controles passivos como em um amp real, mas os controles funcionam bem. Senti falta de corpo, eu queria mais presença dos bordões então aumentei um pouco os graves, tirei um pouco dos agudos, pra diminuir a estridência não gosto da guitarra sibilante.

Eu iria precisar trabalhar bastante com os controles da guitarra para timbrar e dosar a quantidade de drive, isso pra mim nem é problema pois já faço isso com meu set normal, mas o pedal tem que ser bem dinâmico se não pode esquecer. Para minha surpresa, o pedal soou bem dinâmico isso ajudou muito, pois com o controle de volume da guitarra eu consegui desde um timbre clean trabalhando com o volume entre 5 ou 6, passando por um crunch volume da guitarra entre 7 ou 8, até chegar num lead pra solos com o controle de volume no 10. Sem contar a chave de troca de captadores e o controle de tone quando eu queria um som um pouco mais abafado.

Resultado, o pedal respondeu bem a essa situação, da pra substituir um amp real¿ Não!!!! Mas quebra um galho numa situação de emergência, confesso que estava pensando em vende-lo, mas depois disso acabei voltando atrás.
O que posso tirar dessa história???

Primeiro, mantenha as coisas simples, as vezes menos é mais. Muita gente se perde no meio de vários equipamentos, possibilidade e parâmetros pra regular.

Segundo, nunca tome como certas decisões de outras pessoas, teste o equipamento antes de formar sua opinião.

Terceiro, É obvio que se você não conhece o equipamento que tem em mãos, fica difícil tirar um bom som. Leia muito, procure saber sobre microfonação de guitarra, saiba o que os controles de graves medios agudos fazem, leia manual de vários equipamentos (geralmente eles vem com dicas de uso) Veja vários vídeos de testes de equipamentos.

Quarto, pegada é tudo, se você toca mau vai tocar mau em qualquer equipamento seja ele um amplificador de 3 mil dólares ou um pedal baratinho.

P.S. A minha ideia aqui não foi fazer um review do pedal, também não tenho vinculo nem um com importadora ou com a própria behringer, a proposta aqui foi passar algumas dicas usando um situação real.



Um abraço a todos.

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