sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Timbrando sua pedaleira - Parte 02 (guia de sobrevivência)

Dicas pedaleiras digitais.



Bom, o primeiro post rendeu muito, e ainda hoje enche minha caixa de emails com muitas duvidas e perguntas sobre o assunto, pensando nisso resolvi voltar nesse tema. Esse seria um guia de sobrevivência pra quem usa pedaleira digital.

Vou falar sobre duas abordagens, que acho que podem ajudar você a domar esse bicho. Vamos lá...


Nessa primeira abordagem proponho começar do zero, configurando desde o inicio um path. É mais trabalhoso, mas tem dois pontos que acho interessantes.


01. Começando do zero você tem a oportunidade de conhecer melhor o equipamento e os diversos recursos que ele oferece, mesmo que você aprenda pela tentativa erro, ainda assim seria um ótimo aprendizado.

02. Pra quem gosta de ter uma personalidade própria esse é o melhor caminho.


Antes de tudo você precisa estar familiarizado com os parâmetros globais da pedaleira. Aqueles que afetam de forma global todo o funcionamento do aparelho. Equalizadores, Noise Gate, etc... Falo disso no primeiro post sobre o assunto. Você pode conferir em Timbrando sua pedaleira - Parte 01.

Uma boa lida no manual ajuda.


Vou dar exemplo de um patch de overdrive, ok?


Primeiro passo: Ligando.


Depois de ligar sua pedaleira você vai desligar qualquer efeito, (overdrive, compressor, delay, reverb, etc...) Todas oferecem uma forma de fazer isso.

Veja bem, o que queremos é que o som passe pelo aparelho sem sofrer nem uma alteração e saia limpo do mesmo jeito que entrou.



Segundo passo: O efeito


Escolha um efeito de overdrive/distorção. Dependendo do modelo, isso pode ser feito através de simulação de amplificadores clássicos, ou apenas colocando na cadeia um efeito de drive.

Uma dica:

Preste atenção na textura do efeito a ser escolhido, como esses equipamentos costumam vir com uma boa variedade desse efeito, você precisa aprender a escolher o que mais lhe agrada, ou pelo menos o que soa melhor dentro da proposta do seu patch.

Isso é de extrema importância, pois cada efeito tem suas características e e cores. Um overdrive pra blues soa menos comprimido e com mais dinâmica do que um distortion pra metal.


Terceiro passo: O ganho.


Todo equipamento que pego costumo colocar todos os controles em 50%, a partir daí vejo se preciso tirar o acrescentar algo.

Geralmente as pessoas erram na quantidade de ganho da distorção, colocando mais do que elas realmente precisam. Mas como saber qual a quantidade certa?


Eu faço o seguinte:


Depois de escolher a textura certa, coloco todos os controles em 50% e toco. O que procuro é um timbre distorcido porem definido. Aumento o controle de ganho gradativamente até perceber que a distorção começa a ficar mais embolada, borrada. A partir daí volto o controle diminuindo a quantidade de drive até chegar no ponto onde eu tenho definição mas ainda com distorcido.

Pode ser que no pondo certo tenha menos sustain, ou perca um pouco o punch, 

O que procuro aqui é definição, e vou focar nisso por enquanto.

Aqui vale uma observação.

Tudo depende de sua guitarra, se você gosta de drives mais fortes comece com uma guitarra com saída mais alta e mais médios, se quer mais graves e peso, como algumas pessoas gostam de dizer, uma telecaster não seria a melhor opção por exemplo.


Quarto passo: O tone.


Muitos efeitos de drive costumam vir com algum controle de equalização. Pode ser um simples botão de tone ou controles de graves, e agudos, algumas até com controle de médios. Na série de posts  Equalizando  você pode encontrar algumas dicas de como usar melhor o equalizador.

Vou falar aqui do controle simples de tone, feito com apenas um knob.

Esse controle atua como um filtro de agudos, quanto mais aberto mais ele deixa passar os agudos, quanto mais fechado mais ele corta.

Toque e perceba, se o timbre esta muito brilhante, cortante, diminua o tone. Se por outro lado esta abafado aumente esse controle abrindo mais os agudos. Cuidado com exageros!!


Quinto passo: Volume.


Na verdade, desde quando ligo um efeito na cadeia de sinal, já vou ajeitando o volume pra que o efeito ligado não fique mais alto ou mais baixo que efeito desligado. 

Pode ser que mexendo no volume você perca algumas frequências, faça um ajuste fino no tone. 
Pode ser que se você mexer no ganho altere também o volume, o segredo aqui é o equilíbrio. Vá regulando até você perceber que não tenha muita discrepância de volume nem equalização entre o efeito ligado e desligado.


Sexto passo: Ambiências


Se meu timbre distorcido é pra bases costumo usar pouca ou nem uma ambiência, geralmente uma sala com um decaimento curto sem aparecer muito. Mas isso não é regra se você ouvir os discos antigos do Van Hallen vai ver que ele abusava das ambiências e até mesmo das modulações.

O rock dos anos 80 mesmo é bem molhado com muita ambiência.

Confesso que pra base distorcida gosto da coisa mais seca.

Metal e guitarras extremamente distorcidas são bem secas. Se é punch que você procura pense nisso!

Reverb mau regulado é um problema, longos de mais costumam embolar seus acordes, altos de mais também, Sinceramente, é na colocação do reverb e ambiências que a gente vê o bom gosto.


Considerações finais


Esse é um timbre básico de distorção. O que vai influenciar muito é a escolha da textura certa. 

Timbres de metal são mais comprimidos e menos dinâmicos, que os de blues.

Metal moderno costuma ter bem menos médios que os clássicos. E assim vai, observação é a chave aqui.


Quando quero mais sutain gosto de usar um booster antes da distorção, pode ser um overdrive simples, com menos ganho e muito volume ou um equalizador realçando os médios e mais volume, ou um booster clean mesmo.

Esse é um recurso que uso muito, assim não perco a definição.

Usando o booster e acrescentando  um delay pra mais ambiência tenho um timbre lead pra solo com mais sutain, e mais punch.

Na próxima semana falo da outra abordagem.

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Abraço a todos

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